Pares de Equilíbrio ou Orixás Complementares
“Par de equilíbrio”, ou Orixá par, é o par complementar.
A compreensão desse conceito se faz a partir da referência da natureza e seus aspectos mais
sutis. É fundamental que haja com a mesma intensidade a reverência e o culto
aos Sete Orixás para que tenhamos equilíbrio em todas as áreas de nossas vidas.
Nos arquétipos de pares de equilíbrio sobressairá
a característica do Orixá que for o primeiro ou dominante.
Xangô e
Iansã
Sendo um dos pares de equilíbrio, na Umbanda, seus
regidos (filhos) tem como característica
principal o intelecto
bastante desenvolvido. Somando
um equilíbrio entre
um raciocínio metódico, organizado de poucas palavras
(Xangô) a velocidade de vários conceitos unificados (Iansã) resultam numa
cabeça fértil e bem direcionada, com grande capacidade de discernimento.
O racional é muito presente e constante, podendo levar
para seus regidos alguns problemas
no campo amoroso,
transformando com facilidade
sentimento em argumentos
metódicos. Isto não Influência
dos Orixás Sobre Seus Filhos significa em absoluto que os regidos por Xangô e
Iansã estejam fadados a serem infelizes no amor, mas que podem ter
problemas nesta área
se permitirem o
desequilíbrio entre essas
forças, e principalmente se
cultuarem apenas eles,
lembrando mais uma vez
a importância da
reverência e culto aos sete
Orixás igualmente para que tenhamos equilíbrio em todas as áreas de nossas
vidas.
De maneira geral, a vida para estes filhos tem que ser
sempre bem dosada em todos os sentidos. É assim que são felizes.
A frase deste filho é: “Tudo em exagero me faz mal.” Outra
frase: “A sua felicidade não pode se basear
no meu sofrimento”.
Neste caso é bastante difícil falar em desequilíbrio, já que
são pares perfeitos, ou seja, se complementam, mas se houver excesso de
vibração de Iansã (raciocínio rápido), por exemplo, pode haver congestionamento
de ideias, se for de Xangô, o filho pensa, pensa, mas não age.
Mas ele diria: “Quem sou eu?” Isto no caso de estar com
excesso de vibração de um dos dois Orixás, porque no regido por Xangô e Iansã
há uma influência direta no intelecto da pessoa no nível das ideias, consequentemente
questionamentos generalizados.
Para se resolver esse desequilíbrio é importante a
harmonização com todos os demais Orixás.
Xangô
e Oxum
Aqui encontramos a combinação do racional com o
sentimento (emocional).
Devido à influência na contenção de palavras (Xangô), e a
profusão de emotividade (Oxum), os
regidos por estes
Orixás tendem ter
uma vida mais
contida, do tipo
“sofrem calados”, dando espaço
para que outras
pessoas se intrometam
ou se envolvam em sua vida,
e eles, para
não criarem desarmonia ou baterem de frente, permitem esta intromissão,
porém sofrem com isto.
Não costumam expor abertamente seus sentimentos. Em
português claro, tem dificuldade em “chutar o balde”. Isto pode acontecer tanto
no campo familiar, quanto no amoroso.
A frase deste filho é: “Eu sofro calado para não criar um
ambiente desarmônico”. Outra frase: “Minha família é uma “pedra” que eu
carrego.”.
Em excesso de vibração a frase seria: “Eu estou fazendo, mas
tenho certeza que isto não vai dar certo”.
Se o excesso for de vibração de Xangô, a pessoa tenderá a não
permitir que seus sentimentos fluam (racionalização de sentimentos). Se for de
Oxum, tenderá a sofrer, mas sem que as pessoas percebam.
Para se resolver esse
desequilíbrio é importante
a harmonização com Iansã
que trará flexibilidade às ideias
e conceitos de Xangô e com Oxóssi que dará equilíbrio fisiológico afastando a angústia
gerada pela contenção do sentimento de Oxum.
Xangô e Iemanjá
Grande capacidade intelectual (ênfase dos dois). Domínio sobre os bens materiais, administração.
Boa capacidade de articulação para liderar um ambiente, mas precisa tomar
cuidado para não ser manipulador (jogar com as pessoas em benefício próprio). São pessoas de visão futurística, que vêem lá
na frente. São políticas. São pessoas
normalmente com grande autoconfiança. Confiam no seu “taco”.
A frase deste filho é: “Será que só eu estou vendo isto?
Será que ninguém percebe?” Outra...
“Não preciso me esforçar muito, pois as coisas virão
naturalmente desde que
eu “manipule” os elementos corretamente. E isto eu sei
fazer como ninguém.”
Com excesso de vibração, a frase será: “O mundo está em
liquidação, eu compro!” Trata-se da conjugação do “poder” de Xangô com a
“majestade” (poder de sedução – no sentido de sugestão, indução) de Iemanjá. Em
resumo, o “perigo” aqui é que se torne uma pessoa com falta de humildade e
soberba.
Para se resolver esse desequilíbrio é importante primeiro a
harmonização com Iansã que trará flexibilidade
às ideias e
conceitos de Xangô
e com Ogum que
trará energia produtiva
de ação a energia de acomodação absorvida em excesso
de Iemanjá.
Ogum e
Iansã
Aqui encontramos a combinação da iniciativa (Ogum) com a
fluência de ideias (Iansã). São pessoas que
normalmente têm atitudes
antes do raciocínio,
ou seja, agem
antes de ponderar, são intempestivos devido um
conceito “precipitado” e muito veloz das coisas.
Quando algo os incomoda reagem violentamente, assim como
quando algo os comove ou os deixa indignados, também reagem intempestivamente.
Por outro lado são pessoas que nunca se deixam abater.
Não temem a nada, nem a ninguém.
São incansáveis e isto pode gerar uma fadiga de corpo ou
de mente, ou dos dois.
Claro que
tudo isto está
ligado à formação
moral da pessoa,
assim como em
todas as demais combinações de
cada Orixá, mas
neste arquétipo isto
se faz mais
importante, pois uma
pessoa de formação mais
rude, será mais
agressiva prejudicando sua
vida material, já
que se relacionar
com elas pode se transformar em andar em “campo minado”.
Já pessoas que tenham uma formação mais elaborada terão
um maior controle sobre as suas
atitudes, utilizando a determinação de Ogum e o fluxo de idéias de Iansã em grande
produtividade, tornando-se pessoas vencedoras na vida material.
Não estou me referindo a cultura, mas a formação familiar
e moral.
A frase deste filho é: “Vou conseguir custe o que
custar”. Outra frase: “Eu tenho certeza que o mal não me atingirá”.
Em
desequilíbrio, ou seja,
com excesso de
vibração, a frase
será: “Passo sim por
cima de você, para
conseguir o que quero. E
eu quero agora”!
O sentimento imediatista, do
“agora”, do “já” toma conta da pessoa.
Para se resolver
esse desequilíbrio é
importante primeiro a
harmonização com Iemanjá
e Xangô, onde Iemanjá
conduzirá produtivamente a energia
de Ogum e
Xangô colocará método
e organização a profusão de ideias de Iansã.
Ogum
e Oxum
Já aqui encontramos
a combinação da
iniciativa (Ogum) com
a profusão de
sentimentos
(Oxum). O que pode gerar paixão e fortes emoções.
Geralmente os regidos
por Ogum e
Oxum são pessoas
com grande capacidade
de sedução, principalmente por
parte dos homens. Conquista (não somente amorosa) através da sedução (lábia) tendo que
ter cuidado para
não viver os
dois extremos (excesso
de doçura ou
excesso de arrogância), salvo
a combinação com
Oxum Diapandá que
promove um maior
equilíbrio por causa das forças de Iemanjá, que é o Orixá de
equilíbrio de Ogum.
A frase deste filho é: “Nem tanto ao mar, nem tanto a
terra”.
Em excesso de vibração a frase/ato será: “Quebro tudo,
depois sento e choro”.
Para se resolver
esse desequilíbrio é
importante primeiro a
harmonização com Iemanjá
e Oxóssi, onde Iemanjá
conduzirá produtivamente a
energia de Ogum;
e Oxoce dará
equilíbrio fisiológico afastando a angústia ou depressão gerada pelo
desequilíbrio do sentimento de Oxum que habitualmente interfere no físico da
pessoa.
Ogum
e Iemanjá
Aqui encontramos outro par complementar na Umbanda.
Unindo-se a persistência
(Ogum) e a
busca pelo conforto
e bens materiais
(Iemanjá), são pessoas normalmente
reconhecidas no meio
profissional por sua
determinação e obtenção
de resultados. É o
par que está
mais ligado ao
profissionalismo, pioneirismo e
transformações de conceitos.
A frase deste filho é: “Pra mim não existem portas
fechadas”.
Embora pares perfeitos, se com excesso de vibração a
frase seria: “Faço sim e daí? E ai de quem me cobrar”.
Para se resolver esse desequilíbrio é importante a
harmonização com todos os demais Orixás.
Umbanda – Mitos e Realidade
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Oxóssi
e Iansã
Aqui
encontramos a combinação
da expansão (Oxóssi)
com a liberdade
(Iansã), a rapidez (Oxóssi) com a velocidade (Iansã), a
realização (Oxóssi) com as ideias (Iansã).
Exemplificando
teríamos a rapidez
de raciocínio, fluência
de ideias (Iansã)
e a capacidade
de realização e de trabalho de Oxóssi.
O raciocínio rápido, com colocações às vezes precipitadas
(Iansã), unindo-se ao planejamento
de Oxóssi faz
com que a
pessoa reveja o
que disse ou
fez. Os homens
regidos por esses
Orixás devem tomar cuidado
para não parecerem
indecisos e sem palavra,
pois na mulher
é socialmente mais aceito a
mudança de ideias. Até porque muitos confundem flexibilidade com
indecisão.
Devem ter cuidado para não chegar à fadiga mental, por
que a energia de Oxóssi conjugada com a velocidade de raciocínio de
Iansã proporciona um
“pensar” constante, e
por isso a
mudança de ideias.
Dificilmente
conseguem relaxar, pois
precisam se isolar
para isto. São
pessoas com grande capacidade de realização.
A frase deste filho é: “Sei que será difícil, mas eu
certamente conseguirei o que desejo”. Outra
frase: “Eu me dou o direito de mudar de ideia”.
Com excesso de
vibração a frase/pensamento seria:
“Nunca chego a
lugar nenhum. Ando, ando e não me acho, penso, penso e não
chego a uma conclusão”.
Para se resolver
esse desequilíbrio é
importante primeiro a
harmonização com Oxum e
Xangô, onde Oxum traria o equilíbrio emocional, a calma e
serenidade ânsia de realização de Oxóssi e Xangô o método e a organização às
ideias de Iansã.
Oxóssi
e Oxum
Outro par de equilíbrio na Umbanda, é o par mais fecundo
no que diz respeito a realização de
coisas novas. Unindo-se as águas de Oxum aos vegetais de Oxóssi,
temos grande fertilidade.
Pioneiros, criativos, formadores de opinião, conseguem
ter grande quantidade de seguidores,
mas para isto passam por grandes dificuldades, mas obtém
sempre o que almejam, desde que seu objetivo seja justo e honesto e em prol de
comunidades ou interesses comuns (grupos).
Os regidos por
esses dois Orixás
tem sempre em
mente o grupo,
a comunidade, o
trabalho a ser desenvolvido deve sempre ser pensado em
termos de grupo.
A frase deste filho é: “Meus interesses não podem
atrapalhar os interesses comuns”.
Com excesso de vibração, ele diria: “Ah puxa vida
(lamurioso)... eu não consegui”.
Para se resolver esse desequilíbrio é importante a
harmonização com todos os demais Orixás.
Oxóssi
e Iemanjá
Grandes conquistadores de fortuna ao longo da vida, pois
aqui ocorre a união entre a grande
capacidade de trabalho com as aspirações materiais.
Entretanto,
podem transformar-se também
em perdedores desta
fortuna, se não
souberem dosar a grande capacidade de trabalho de Oxóssi com a
abundância de Iemanjá (mão aberta).
Devem ter cuidado
com os casamentos.
Esse par não
é muito fã
de sociedades pessoais, preferindo sociedades grupais, onde
sua capacidade de liderança sobressairá.
A frase deste filho é: “O trabalho enobrece o homem”.
Em excesso de vibrações a frase será: “Quero mais, sempre
mais. Toda riqueza é pouca pra
mim”.
Para se resolver esse desequilíbrio é importante primeiro
a harmonização com Oxum e Ogum,
onde Oxum dará
imporá limites a
necessidade expansão de Oxóssi e
Ogum trará estratégia
as aspirações materiais de Iemanjá.
Observações
Sobre a Forma de Regência do Orixá Omulú
Levando-se em consideração
que o Orixá
Omulú já tem
o seu próprio
equilíbrio (Terra), a
regência
acontece normalmente de
forma separada, ou
seja, Ele rege
em paralelo com
o Orixá “feminino” e não em entrelaçamento ou conjunção como os
outros Orixás.
Podemos ver uma melhor “combinação” com Oxum, pois das
três Iabás (Orixás femininos) é a
que tem maior afinidade com todos os Orixás, pois é a
Orixá do equilíbrio emocional.
Uma das grandes
bênçãos que os
regidos pelo Orixá
Omulú recebem é
de estarem imunes
a trabalhos de magia, em função de Omulú ser o grande Mestre Magista
Universal, independentemente da
Iabá que estiver
“combinado”. O que
irá influenciar fortemente
nesta “proteção adicional”
é o quanto de caridade este filho
fará ao longo de sua vida.
Omulú
e Iansã
Geralmente são pessoas que passam por grandes e fortes
transformações (tanto de ordem material - Iansã, quanto espiritual - Omulú)
durante toda a vida, sendo elas geralmente relacionadas a perdas físicas,
mudança de religião, sempre envolvendo questionamentos profundos, com altos e
baixos.
O que há de forte nessa regência é a diferença de tempo
das coisas. Omulú é de energia lenta e de consciência, pois a sua regência
(influência) envolve mudanças e transformações de ordem espiritual e Iansã
é energia rápida
pois a sua
regência (influência) envolve
as mudanças de
ordem material.
Isso pode gerar na pessoa uma espécie de angústia por não
estar conseguindo “resolver” ou “fazer” o que “sente que precisa ser feito”.
A frase deste filho é: “Sempre me falta alguma coisa”.
Outra... “Nunca estou satisfeito”.
Em excesso de
vibração a frase
seria: “O que
estou fazendo aqui? O
que sou eu?”
= Crise de identidade.
Para se resolver esse desequilíbrio é importante primeiro
a harmonização com Xangô que colocará método e organização aos questionamentos
gerados pelo excesso de energia de Iansã; com Oxum e Oxóssi que trarão
equilíbrio emocional e fisiológico a angústia gerada pela incapacidade de
decidir e realizar re-energizando o corpo físico também. Depois a harmonização
com todos os demais Orixás.
Omulú
e Oxum
São forças bastante ligadas, lembrando que as águas de
Oxum correm na terra de Omulú.
Geralmente são pessoas místicas, que tem a sua
mediunidade aflorada na tenra idade e que
passam por muitas
dificuldades afetivas, tanto
no âmbito familiar
quanto amoroso. Geralmente aparentam mais idade do que
tem.
São pessoas de grande fé, independentemente de
religião.
A frase deste filho é: “Estou sofrendo, mas a minha fé
irá superar todas as dificuldades.”
Com excesso de
vibrações a frase
seria: “O que
eu fiz pra
merecer isto? Eu
devo ter sido muito ruim em outra encarnação pra
merecer isto.”
Para se resolver
esse desequilíbrio é
importante primeiro a
harmonização com Oxóssi
que trará um sentido de realização e energia de trabalho. Depois com
todos os demais Orixás.
Omulú
e Iemanjá
São forças (energias)
antagônicas, pois enquanto
a energia de Omulú
está voltada para
os bens espirituais e consciência kármica, a de Iemanjá está voltada
para os bens materiais.
Se pensarmos em termos de natureza também, a água salgada
(Iemanjá) não fertiliza a terra
(Omulú).
Os regidos por
esses Orixás tendem a
ter conflitos familiares ou em qualquer
outro tipo de relacionamento. Tendem também ao
escapismo, portanto precisam ter grande cuidado com excesso de bebidas, drogas,
etc. É necessária uma vida muito correta principalmente em termos espirituais.
A palavra chave para isto é a CARIDADE.
A frase deste filho é: “Existe dentro de mim um conflito
entre o que desejo e o que preciso”.
Com excesso de vibração a frase seria: “Não sei se vou a
festa ou a Igreja”. Indecisão a nível
religioso.
Para se resolver esse desequilíbrio é importante a
harmonização com todos os demais Orixás.